A ruptura de implante ou prótese é uma complicação grave, com risco aumentado em implantes de localização retropeitoral e crescimento ao longo do tempo após a colocação, atingindo 30% nos primeiros 5 anos e 50% nos primeiros 10 anos.
Devido à possibilidade de ruptura assintomática, o FDA recomenda rastreamento por exames de imagem a cada três anos após a cirurgia, seguido de exames bienais. No entanto, essa orientação é motivo de controvérsia, à medida que as complicações diminuíram com o uso de implantes mais modernos.

Rotura intracapsular de implante mamário

A rotura intracapsular é a mais comum, chegando a representar 89% dos casos. Ela consiste na ruptura do envoltório do implante, sem extravasamento do conteúdo além da cápsula fibrosa. Os graus de colapso do elastômero variam conforme os implantes de lúmen único, que são os mais comumente encontrados na prática clínica.
Abaixo, vemos uma ilustração demonstrando níveis de colapso do envoltório do implante nos casos de ruptura intracapsular: sem colapso (A), com mínimo colapso (B), com colapso parcial (C) e com colapso total (D).

Imagem que demonstra os níveis de colapso do invólucro do implante na ruptura intracapsular de prótese mamária

Rotura extracapsular de implante mamário

Já a rotura extracapsular está associada à ruptura extracapsular. Nesse caso, ela se configura como a descontinuidade da cápsula fibrosa, com extravasamento extracapsular de material do implante ou prótese. Esse material pode estar presente em partes moles adjacentes à cápsula fibrosa, mas também pode migrar para linfonodos axilares e na cadeia torácica interna.
No entanto, deixamos aqui a nossa recomendação para que sempre seja verificado com a paciente se já houve troca prévia de implante mamário, especialmente se for verificada a adjacência que comentamos acima, devido a possibilidade de haver restos de silicone prévio. Essa pode ser uma imagem confusa e pode levar a um diagnóstico errado.

Sinal ultrassonográfico: Ruído ecodenso

Considerando a ultrassonografia, o mais útil destes sinais é o “ruído ecodenso” ou aparência de tempestade de neve, que indica o aumento difuso da ecogenicidade do silicone livre nas estruturas mamárias.
Na imagem abaixo, vemos uma ruptura extracapsular com material ecogênico, cujas setas apontam para o aspecto característico de “tempestade de neve”.

Imagem médica que exibe ruptura extracapsular com material ecogênico em prótese mamária

Sinal ultrassonográfico: Escada

Outro sinal ultrassonográfico, chamado de “escada“, tem sido descrito como preditivo de ruptura. Esse sinal corresponde ao sinal de linguine encontrado na ressonância magnética e é mostrado nas imagens de ultrassonografia como uma série de linhas ecogênicas horizontais ou curvas paralelas além do interior do implante, que correspondem ao elastômero rompido.
Esse sinal pode ser representado pelas imagens de ultrassonografia (A) e RM (B) sequência T2 axial com supressão de gordura e saturação de água em paciente com ruptura intracapsular com colapso total à direita, demonstrando múltiplas linhas descontínuas no interior do implante (sinal da escada na ultrassonografia/sinal de linguini na RM).

Imagem de Ultrassonografia e Ressonância Magnética mostrando ruptura intracapsular de prótese mamáriaRotura intracapsular de prótese mamária. Fonte: Atlas de Diagnóstico por Imagem da Mama.

Abaixo, vemos imagens de ultrassonografia demonstrando sinais de ruptura extracapsular, com material ecogênico com sombra acústica posterior “suja” adjacente ao implante (setas em A e B).

Imagem de ultrassonografia revelando prótese mamária extracapsularIA ultrassonografia é um exame não-invasivo que não requer incisões cirúrgicas ou exposição à radiação ionizante, tornando-o mais seguro em comparação com outros métodos de imagem, como a ressonância magnética.
Por ser amplamente acessível, torna-se uma opção viável para a detecção da condição. Ela ainda permite uma avaliação em tempo real da rotura mamária, podendo as estruturas adjacentes também serem avaliadas simultaneamente.

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