A tireoidite crônica autoimune, também denominada linfocítica crônica autoimune ou de Hashimoto, tem grande associação com outras doenças autoimunes (como lúpus, vitiligo, anemia perniciosa e outras), o que pode chamar a atenção na anamnese.

Ocorre mais em mulheres (cerca de 9:1), surgindo como um aumento difuso da glândula, normalmente indolor, em uma mulher jovem ou na meia-idade (média de 30-50 anos), pode cursar assintomática no inicio, evoluindo para um quadro típico de hipotireoidismo. Sua evolução se dá em fases.

No processo inicial, agudo, pode se manifestar com aumento da glândula, bordos arredondados, textura heterogênea e hipoecogênico. O reconhecimento do aumento difuso da tireoide pode ser facilitado pelo aumento da espessura do istmo, que normalmente é uma fina ponte de tecido, menor de 6 mm na dimensão anteroposterior. Nessa fase, ao mapeamento Doppler, observa-se hipervascularização do parênquima, lembrando o padrão de “inferno tireoidiano” da doença de Graves, porém com valores bem menores de velocidade de pico sistólico do que na doença de Graves, o que torna essa avaliação muito interessante para diagnóstico diferencial entre as duas doenças.

Progressivamente, a glândula adquire a aparência de tireoidite crônica hipertrófica, apresentando textura difusamente heterogênea com áreas pseudonodulares hipoecogênicas, envoltas por traves ecogênicas, consistentes com infiltrado linfocítico. Pode haver aparecimento de linfonodomegalia cervical reacional.Nas fases finais da tireoidite crônica, a tireoide está com tamanho reduzido, os contornos são mal definidos, a textura é difusamente heterogênea e ecogênica, em virtude da extensa fibrose. Nesta fase ocorre uma redução significativa da vascularização da glândula ao mapeamento com o Doppler colorido.

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