A biópsia da tiróide (ou biópsia tiroideia) é um procedimento de diagnóstico que nos possibilita, através da introdução de uma fina agulha, recolher células para posteriormente serem analisadas ao microscópio por um médico (especialista em anatomia patológica). A biópsia ou punção aspirativa da tiróide é um exame extremamente relevante e que serve para descartar ou permitir um diagnóstico definitivo em casos suspeitos de doenças malignas da tiróide (cancro da tiróide).

A tiróide é uma glândula que faz parte do nosso sistema endócrino, que tem como função a produção de hormonas, imprescindíveis ao normal funcionamento do nosso organismo. Está situada no pescoço, anteriormente à traqueia (na região da “garganta”). Uma tiróide normal mede aproximadamente 4 a 7cm de maior eixo e <2 cm de maior espessura. Todavia, estes valores variam bastante de pessoa para pessoa.

A biópsia da tiróide é um exame invasivo e que apresenta riscos (veja adiante quais). Assim, o doente deve realizar a biópsia somente quando não existem outras opções que nos possibilitem descartar as suspeitas, conforme abordaremos de seguida.

Indicações da biópsia da tiróide
Efetivamente, o grande indício que nos conduz à realização da biópsia da tiróide é a suspeita de cancro da tiróide. O único exame que nos viabiliza alcançar um diagnóstico concludente de cancro da tiróide é a biópsia com análise das células ao microscópio (exame citológico).

Alguns nódulos da tiróide, detetados nos exames imagiológicos que descreveremos em baixo, necessitam de uma melhor caracterização. A biópsia é a única alternativa para conhecermos a sua diferenciação citológica e, desta forma, percebermos se estamos perante um tumor benigno (não cancro) ou maligno (cancro da tiróide).

Os exames que são, habitualmente, realizados no estudo da tiróide são:

Análises da tiróide – A tiróide faz parte do sistema endócrino e produz algumas hormonas essenciais à regulação do nosso organismo. É possível, através de análises ao sangue, conhecer os valores dessas hormonas e desta forma perceber se a tiróide está a funcionar bem ou se apresenta alguma anomalia. As análises da tiróide (T1, T2, T3, T4, TSH, …) são de fácil e rápida execução. Caso se verifiquem alterações nestas análises deverá ser efetuado estudo imagiológico (exames de imagem).
Ecografia da tiróide – é o exame de eleição para a avaliação inicial da tiróide. Nesta técnica é utilizado um aparelho, chamado ecógrafo que produz ultrassons e que não emprega radiação ionizante, possibilitando avaliar a tiróide. A palavra ecografia é, usualmente, abreviada para ECO na linguagem médica, neste caso, abreviada para Eco tiróideia ou Eco da tiróide. Uma sonda possibilita a captação de imagens e o envio das mesmas para um monitor em tempo real para observação por parte do médico e assim avaliar a tiróide. Os indicadores mais comuns para a execução deste exame são alterações das hormonas tiróideias nas análises sanguíneas, controlo de nódulos tiróideus ou clínica sugestiva de hipotiroidismo ou hipertiroidismo.


Outros exames – A ecografia é o exame de predileção para a avaliação inicial da tiróide, porém pode ser necessária a concretização de outros exames, como a TC (Tomografia Computorizada), ou a cintigrafia, entre outros. Um dos indicadores para a execução destes exames é a existência de bócio mergulhante (TC) ou a caracterização de alguns nódulos tiróideus (cintigrafia).
Como é feita a biópsia da tiróide?
O procedimento é realizado em ambulatório (não necessitando de internamento). Em casos especiais, o exame pode ser feito com sedação (anestesia geral), sobretudo em mulheres não colaborantes.

A biópsia é feita através de uma agulha que é introduzida até alcançar a tiróide e desta forma seja possível recolher pequenas amostras de tecido. Por norma, a biópsia da tiróide é guiada por ecografia, possibilitando ao médico radiologista (especialista em radiologia) observar o trajeto da agulha até atingir a tiróide e efetuar a recolha das amostras.

Após a recolha das amostras dos tecidos da tiróide, estas são enviadas para análise em laboratório. É o médico anatomopatologista (especialista em anatomia patológica) que irá observar criteriosamente as amostras das células ao microscópio. A partir desta análise é que são conhecidos os resultados do exame, ou seja, é possível saber se as células são benignas ou malignas (cancerígenas) e perceber a sua diferenciação histológica.

Assim que são conhecidos os resultados da análise laboratorial (exame citológico), estes são comunicados ao médico assistente / doente. Se o resultado for positivo à suspeita de cancro deve ser efetuada avaliação pelo médico e iniciado tratamento o mais prematuramente possível em concordância com a diferenciação anatomo-patológica, entre outros fatores.

Se o resultado for negativo à suspeita de cancro e dependendo dos sintomas e dos demais meios complementares de diagnóstico e terapêutica efetuados (MCDT), deverá ser realizada orientação pelo médico.

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