A grande importância do uso do ultra-som na artrite reumatóide é o acesso objetivo da extensão e da severidade da doença. Estudos de longo prazo são necessários para mostrar melhora quantitativa e qualitativa no seguimento de pacientes por meio da imagem. O ultra-som em pacientes com suspeita de AR não substitui o estudo radiográfico para verificar dano ósseo precoce. Pode ser utilizado como ferramenta complementar nos pacientes com alto risco de artropatia inflamatória, nos quais as radiografias são normais ou para reexaminar lesões indeterminadas detectadas nas radiografias.
Dentre os achados ecográficos, a proliferação sinovial é a ocorrência mais precoce.Sinais de vascularização no Doppler de amplitude podem facilitar a diferenciação entre tecido sinovial ativo e inativo.Há dificuldades em se fazer diagnóstico de AR em seus estágios iniciais, e o principal problema é o fato de seu aspecto mais definitivo ser a cronicidade da doença.
Os critérios de classificação para AR antes de 12 semanas de evolução da doença não são satisfatórios e, por esse fato, na suspeita de doença articular inflamatória, para determinar a presença de sinovite subclínica, tenossinovite, entesite ou erosões ósseas, o estudo ultra-sonográfico pode ser utilizado ).
Para se realizar o tratamento precoce, estudos de imagem terão implicações na definição de futuros critérios diagnósticos.Outros achados ultra-sonográficos, como derrame articular, erosões ósseas, tenossinovites e bursites, podem ser caracterizados na evolução da patologia.O exame ultra-sonográfico também parece ser útil para o monitoramento da eficácia terapêutica, demonstrando sinais de diminuição da atividade inflamatória após o início do tratamento.
Finalmente, o ultra-som possibilita a biópsia de tecido sinovial, além de orientar a aplicação de medicamentos.A evolução dos equipamentos de ultra-som, profissionais, bem capacitados e o atual conhecimento da patologia permitem o diagnóstico de alterações subclínicas, a instituição de tratamento precoce e seu monitoramento, na tentativa de evitarem-se as deformidades conseqüentes do curso evolutivo da AR.
REF :
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1-Wakefield RJ, Kong KO, Conaghan PG, Brown AK, O’Connor PJ, Emery P: The role of ultrasonography and magnetic resonance imaging in early rheumatoid arthritis. Clin Exp Rheumatol 21 (suppl 31): S42-9, 2003.
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2-Weyand CM: Immunopathologic aspects of rheumatoid arthritis: who is the conductor and who plays the immunologic instrument? J Rheumatol 34(79): 9-14, 2007.
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3-Szkudlarek M, Court-Payen M, Strandberg C, Klarlund M, Klausen T, Ostergaard M: Power Doppler ultrasonography for assessment of synovitis in the metacarpophalangeal joints of pacients with rheumatoid arthritis. Arthritis Rheum 44: 2018-20, 2001.
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