A segurança se inicia pela indicação adequada do exame. Não se deve expor pacientes a risco desnecessário e nem ocupar equipes de saúde com exames que não vão adicionar informação relevante à conduta do paciente. Exames de check-up bem como diversos exames de “rotina” podem ser adiados para momentos mais oportunos. Apenas essa atitude reduz o risco de contaminação para os indivíduos, que não se deslocarão para os serviços, e permite às equipes médicas direcionar seu tempo e esforço para o atendimento de quem realmente necessita. E, finalmente, devem ser implementadas medidas de proteção individual que é diferente cenários específicos.
Cenário 1: exame ultrassonográfico realizado em paciente ambulatorial SEM sintomas respiratórios O paciente não precisa usar máscara. O uso de EPI não é formalmente recomendado para quem realiza o exame ultrassonográfico.
Cenário 2: exame ultrassonográfico realizado em paciente ambulatorial COM sintomas respiratórios O paciente deve usar máscara com filtração mínima equivalente à PFF1, como as máscaras cirúrgicas desde sua entrada na clínica Para o médico está indicado: Uso de máscara com filtração mínima equivalente à PFF2 – N95; Luvas descartáveis, não estéreis; Avental impermeável de manga longa, preferencialmente descartável; Óculos de proteção ou protetor facial completo.
Cenário 3: exame ultrassonográfico realizado em paciente internado SEM sintomas respiratórios O paciente não precisa usar máscara. O uso de EPI não é formalmente recomendado para quem realiza o exame ultrassonográfico.
Cenário 4: exame ultrassonográfico realizado em paciente internado COM sintomas respiratórios O paciente deve usar máscara com filtração mínima equivalente à PFF1 Para o médico está indicado: Uso de máscara com filtração mínima equivalente à PFF2 – N95; Luvas descartáveis, não estéreis; Avental impermeável de manga longa, preferencialmente descartável; Óculos de proteção ou protetor facial completo.
LIMPEZA E ANTISSEPSIA DO EQUPAMENTO DE ULTRASSOM E TRANSDUTORES
A Organização Mundial da Saúde (OMS) sugere que “a limpeza completa das superfícies do ambiente com água e detergente, seguida pela aplicação de desinfetantes comumente utilizados no nível hospitalar” são procedimentos eficazes e suficientes para inativar o novo coronavírus. Pode-se fazer a limpeza comum do aparelho com um tecido embebido em álcool a 70%. Para limpeza dos transdutores a desinfecção deve ser efetiva para qualquer patógeno transmissível, o que pode ser feito com diversos produtos: • Com base no hipoclorito de sódio como o líquido de Dakin (solução de hipoclorito de sódio ativo a 0,5%); • Com base em amônia quaternária (QUAT), tomando o cuidado de que a concentração total para o uso deve ser menor que 0,8%; • Com base no peróxido de hidrogênio acelerado a no máximo 0,5%; .
GEL CONDUTOR Para evitar a contaminação do gel ecográfico, recomenda-se tampar o frasco, tubo ou almotolia após cada uso. Ao aplicar o gel, não permitir que o recipiente de gel encoste na pele do paciente ou a superfície do transdutor.
SALAS DE LAUDOS Limpeza adequada das bancadas, teclados e mouses das salas de laudo podem ser feitas com produtos comuns, incluindo álcool a 70%. Para os casos sem suspeita de COVID-19, sem epidemiologia e sem sintomas respiratórios, procede-se a desinfecção usual e a sala (e o equipamento) está liberada para realização de exames, logo em seguida. Após a realização de exames em pacientes com alta suspeição e/ou com COVID-19 confirmada, será necessário proceder a desinfecção recomendada acima e a sala (e o equipamento) podem ser usados novamente em seguida se o paciente estiver com todos os EPIs recomendados. Se tiver ocorrido a produção de aerossóis e/ou liberação de alguma secreção do paciente, após desinfecção, esperar 2 horas para usá-la.
Fontes:
1. Wilder-Smith A, Chiew CJ, Lee VJ. Can we contain the COVID-19 outbreak with the same measures as for SARS? The Lancet Infectious Disease, Mar 2020, doi: 10.1016/S1473- 3099(20)30129-8
2. Kampf G, Todt D, Pfaender S, Steinmann E. Persistence of coronaviruses on inanimate surfaces and their inactivation with biocidal agents. The Journal of Hospital Infection, Mar 2020, 104:246-251.
3. Siddharta, A., Pfaender, S., Vielle, N.J., Dijkman, R., Friesland, M., Becker, B. et al. Virucidal Activity of World Health Organization-Recommended Formulations Against Enveloped Viruses, Including Zika, Ebola, and Emerging Coronaviruses. J Infect Dis. 2017; 215: 902–906.
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